Livro: Tempest
Título original: Tempest
Autor (a): Julie Cross
Editora: Jangada
Páginas: 368
ISBN:9788564850095

Sinopse: Em 2009, o jovem Jackson Meyer descobre que pode viajar no tempo. Durante os seus “saltos” para o passado, nada muda no presente. Isso era apenas uma diversão inofensiva, até que sua namorada Holly morre durante uma invasão à sua casa. Em pânico, ele consegue voltar dois anos, mas descobre que ficou preso no tempo. Desesperado para voltar e salvar Holly, Jackson resolve tocar sua vida em 2007 e tentar descobrir o que puder sobre suas habilidades. Não muito tempo depois, as pessoas que atiraram em Holly, membros de um grupo apelidado pela CIA de “Inimigos do Tempo”, vêm a sua procura para recrutá-lo ou matá-lo. Com tudo isso acontecendo e Jackson ainda tentando encontrar pistas sobre as origens de sua família para descobrir mais sobre suas habilidades, ele precisa decidir até onde está disposto a ir para salvar Holly e possivelmente, o mundo inteiro.

Tempest foi publicado pela editora Jangada em 2012 e abrange o publico YA (juvenil e adulto). Sendo o primeiro livro de Julie Cross, tem como sequência “Vortex”, e “Timestorm” – este último foi um lançamento recente da editora. Confira a resenha a seguir e conheça melhor a história que conquistou os leitores jovens. 

     Jackson Meyer não é garoto qualquer. Ele tem uma habilidade incomum: pode pular no tempo. Mas essa habilidade é extremamente imatura e pouco abrangente. Jackson não consegue voltar mais que algumas horas no passado e não consegue  modificar os acontecimentos.
      Com a ajuda do super gênio Adam e suas teorias, nosso protagonista faz inúmeros testes de suas habilidades, sem nunca contar para sua namorada, Holly, e para seu pai sobre seu poder especial. Mas quando se achava seguro na companhia de Holly, um grupo estranho e agressivo tenta capturá-lo e acaba matando sua namorada. 
     Antes que pudesse impedir, Jackson ativa seu pulo no tempo e volta para um passado distante. E então é aí que ele precisa achar um modo de modificar o passado para que Holly não fosse morta no futuro. Porém, sem ninguém soubesse de sua habilidade, Jackson se vê perdido, sem saber por onde começar. 
     Ele decide se aproximar de sua namorada e de Adam, mas descobre, nesse universo, que seu pai fazia parte da Cia e que este já desconfiava há muito tempo do poder de seu filho. Talvez ninguém fosse confiável, no final das contas. 
     Jackson terá que enfrentar a perseguição de vários semelhantes dele, que fazem pulos mais longos e perseguições acirradas e terá que escolher um lado, o do seu misterioso “pai” ou de seu suposto sangue. 

   Tempest é um livro repleto de adrenalina e extremamente ligeiro. Talvez sejam essas características tão marcantes que me fizeram lê-lo até seu fim, ignorando qualquer erro que apresentou. E esse livro de estreia de Julie Cross está carregado de falhas típicas de autores iniciantes. 
     Digo isso porque a narração – em primeira pessoa –, apesar de ter sido substancial, não foi elaborada. Era rasa e me deixou confusa em alguns momentos, forçando-me a reler várias vezes o mesmo parágrafo. Mas, em contra posição, foi uma narrativa minuciosa em relação ao protagonista Jackson, que através dela, expôs seus pensamentos com sucesso. Além disso, mesmo cheia de diálogos, a escrita da autora foi real e concreta, independente da sua falta de descrição, objetividade e detalhes. 

   
   E esta obra acabou sendo mais juvenil do que eu imaginava. Tem uma trama um tanto fácil, sem muita criatividade, até porque vemos esse tipo de enredo em vários livros e filmes. Mas foi a própria versão jovem que me conquistou, o romance entre Jackson e Holly, as crises existenciais do protagonista, o próprio estilo e “clima” de Tempest. Foi o ponto de vista imaturo, confuso e inexperiente de nossos personagens que me fizeram gostar dessa trama, pois atribuíram um ar muito mais leve e menos tenso. 
     Outra característica forte dessa obra foi seu mistério, capaz de me fazer vidrar, aguardar ansiosamente pelas respostas que não se encaixavam. Julie Cross trabalhou muito com os detalhes da história, artimanha perigosa para escritores sem experiência e acabou tendo vitória em sua tentativa. 
     É um livro difícil, não pela ideia principal, mas pelos encaixes de tempo e espaço. Mexer com um livro naturalmente não-linear, é se arriscar ao máximo a ter furos na trama, e foi algo que não aconteceu neste livro. Fiquei admirada com o potencial que Julie Cross poderia vir a ter.
     Já os personagens eram muito carismáticos e despertaram minha total atenção. As cenas que os envolviam me deixavam interessada e vigilante, além de emocionada com os acontecimentos que os cercavam. Foi um livro leve de sentimentos no início, mas tocante de seu meio ao fim. 
     O clímax foi inteiramente excitante e seu desfecho, altamente impactante e dolorido. Amei seu final, e fiquei interessada na continuação dessa série envolvente. E foi justamente esse envolvimento que me fez amar esse livro em sua totalidade. As cenas de ações, aventuras, esse roteiro corrido e sem acontecimentos desnecessários. No final das contas, gostei muito de ter lido Tempest. 
     O livro tem uma capa de arrasar e uma diagramação igualmente incrível. A Editora Jangada está de parabéns com a adequação da ortografia e pela tradução da obra! A fonte da letra e as páginas amareladas contribuíram muito para que a leitura acontecesse. 
     Indico Tempest para todos que gostam de livros do gênero YA, e que procuram por uma história envolvente. É uma leitura que lhe faz encarnar no universo e o faz sentir com profundidade a experiência de vida do protagonista. Tempest pode ser um livro cheio de defeitos, mas suas qualidades sempre irão superá-los. 

Primeiro Parágrafo:
“Ok, então é verdade. Eu posso viajar no tempo. Mas não é tão emocionante quanto parece. Não posso voltar no tempo e matar Hitler [...]”
Melhor Quote:
“Nada tinha acontecido da maneira mais correta. E, mesmo assim, tinha sido perfeito.” 

           


4 Comentários

  1. Eu quero muito muito muito ler este livro, espero o ler este mês! http://diariosdeumadesconhecidacomilona.blogspot.pt/

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  2. Eu não entendi muito bem um detalhe: Se ele não pode, em hipótese alguma, alterar o passado, como é que ele volta ao passado para tentar salvar a namorada dele?

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    1. Oi, Isabelle!
      Ele não podia mesmo modificar o passado/futuro. Entretanto é somente quaaaando atiram em Holly, que ele, sem querer, pula no tempo e fica preso ao passado. Preso no passado, fica possível que os acontecimentos sejam modificados.

      Espero que eu tenha esclarecido!
      Beijos

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    2. Estou lendo o livro, ainda não terminei, mas a explicação é bem essa mesmo... Se ele volta ao passado e fica preso nele, então é só aguardar (2 anos), pois o que já aconteceu no futuro vai acontecer de novo, é só um questão de tempo (trocadilho). E na hora que acontecer ele vai estar lá para evitar que aconteça (aliás, os dois "ele" estarão lá na cena... o do futuro e o que aguardou o passado chegar até o futuro). É meio confuso, mas essas estórias de viagem no tempo são sempre paradoxalmente confusas.
      O livro Novembro de 63 do Stephen King segue bem essa linha. Vale como uma dica pra quem gosta de "viajar no tempo"... e na maionese...

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