Livro: Alucinadamente Feliz 
Autor (a): Jenny Lawson 
Editora: Intrínseca 
Páginas: 352
ISBN: 978-85-8057-931-4
Sinopse: Jenny Lawson está longe de ser uma pessoa comum. Ela mesma se considera colecionadora de transtornos mentais, já que é uma depressiva altamente funcional com transtorno de ansiedade grave, depressão clínica moderada, distúrbio de automutilação brando, transtorno de personalidade esquiva e um ocasional transtorno de despersonalização, além de tricotilomania (que é a compulsão de arrancar os cabelos). Por essa perspectiva, sua vida pode parecer um fardo insustentável. Mas não é. Após receber a notícia da morte prematura de mais um amigo, Jenny decide não se deixar levar pela depressão e revidar com intensidade, lutando para ser alucinadamente feliz. Mesmo ciente de que às vezes pode acabar uma semana inteira sem energia para levantar da cama, ela resolve que criará para si o maior número possível de experiências hilárias e ridículas a fim de encontrar o caminho de volta à sanidade.

Jenny Lawson é autora best-seller do The New York Times e criadora do The Bloggess, blog que a tornou amplamente conhecida pela maneira franca de falar sobre seus dilemas com a depressão e os distúrbios mentais. Alucinadamente Feliz é seu segundo livro publicado.1, 2, 3, 4, 5, 6.
1. Jenny gostaria que a última linha fosse "Escreveu um grande número de best-sellers"; no entanto, a editora insistiu que ela deixasse claro que, além deste, só há um único outro livro. Mas Jenny gostaria de ressaltar que "um" pode ser um grande número.
2. A editora resmunga pedindo desculpas por ser tão pedante e literal.
3. Jenny aceita as desculpas e se oferece para comprar bebidas e gatinhos para todos os envolvidos.
4. A editora recusa a oferta gentil de gatinhos de graça e garante que não há rancores.
5. A autora avisa que é tarde demais, porque os gatinhos já foram enviados.
6. A editora alerta o setor de expedição para ficar de olho em embalagens com furinhos.

   Alucinadamente Feliz nos conta um pouco da história de Jenny Lawson e sua convivência com a depressão e transtornos mentais. Como a própria autora define: é um livro engraçado sobre coisas horríveis. Durante todo o livro ela vai narrando sua própria história, algumas coisas que aconteceram na infância e durante toda a sua vida. Ela descreve muito bem sua doença e vai contando para os leitores várias situações que vivenciou por causa da depressão. Mas aí vocês me perguntam: doença mental não é um assunto sério?
   Sim, transtornos mentais e depressão são assuntos bem sérios e que devem ter a atenção de todos. No entanto, quando se fala em livros do gênero, Alucinadamente Feliz foi o mais diferente que já li em toda a minha vida literária — e eu leio desde o útero de minha mãe, então faz bastante tempo. Os assuntos abordados nesse livro são seríssimos, mas são narrados de maneira engraçada, para divertir o leitor e mostrar que coisas horríveis podem sim ser cômicas.
   Logo no começo da história, Jenny vai nos dando alertas sobre a trama e vai falando sobre os riscos de continuar a leitura. A autora vai nos mostrar a forma alucinadamente feliz que ela encontrou de viver a vida, apesar das coisas tristes que atormentam seu dia a dia — ela tem consciência de seus transtornos mentais —, e vai mostrar essa realidade de uma forma engraçada, mas sem deixar aquela pontinha de verdade martelando em nossas mentes. 

''Há alguma coisa na depressão que permite (ou às vezes) explorar emoções numa profundidade que a maioria das pessoas 'normais' não faz ideia de que existe.''

   Logo quando a Editora Intrínseca lançou o livro eu ouvi vários comentários positivos e por isso resolvi dar uma chance para esta história. E a verdade é que não me arrependi. Foi uma leitura bem diferente das que eu costumo fazer, sim; no entanto, foi um livro muito especial que vai ser lembrado para sempre. Apesar das loucuras de nossa escritora, eu gostei bastante do tema e da forma com que a autora tratou todos os assuntos de sua vida. Foi uma história bem diferente, mas cheia de aprendizado e, claro, muitas gargalhadas — afinal, estamos falando de Alucinadamente Feliz.
   Todo o livro é narrado pela Jenny (primeira pessoa), e  ela narra como se fosse um diário e a todo momento para o que está falando e conta algo do passado, ou da infância, ou uma briga com o marido — interessante, não acham!? Ela vai relatando e lembrando os principais episódios vividos e deixando o leitor bem envolvido com toda a sua vida e seus problemas. A forma com que Jenny escreve deixa o leitor super envolvido com a história e o livro é cheio de notas de rodapé e observações, espaços, imagens — sem contar as ilustrações, que eu amei! Com toda essa maestria no arranjo do livro e a escrita deliciosa, a leitura se torna, como já devem ter percebido, agradável e super rápida.
  Jenny Lawson  vai envolvendo várias pessoas no decorrer da história, sendo que seu marido é o principal, ainda que seu filho e seus pais também apareçam bastante. Ao todo, várias pessoas vão aparecendo, já que a autora vai contando diversas situações vividas e consequentemente teremos muitas pessoas envolvidas, inclusive sua ginecologista — eu ri muito nessa parte. Portanto, a construção do livro é basicamente esta: um diário onde a autora mostra suas peripécias com a depressão e com a doença mental, de uma forma multicor. 

"Às vezes ser louco é perfeito."

   A forma de Jenny ver as coisas foi o que mais me instigou a ler Alucinadamente Feliz. Em alguns momentos ela era coerente com tudo que dizia, depois ficava meio confusa, e depois voltava ao normal. Contudo, o livro é super engraçado, principalmente pela forma com que Jenny encara seus transtornos. Ainda assim, meu coração ficou na mão em muitos momentos, pois eu sabia das dificuldades da personagem e também percebia que aquilo apesar de ser levado na brincadeira não era nada fácil. Vale ressaltar também que a história é totalmente inovadora e tira qualquer leitor na zona de conforto. Se você se acha anormal é porque não conheceu uma louca alucinadamente feliz chamada Jenny Lawson! 
   Essa capa é uma das mais bonitas que tenho na minha estante! Sabe esse guaxinim todo feliz que está na capa? Ele é de Jenny, sim vocês leram certo. Jenny tem o mesmo  guaxinim da capa empalhado em sua casa. A edição e diagramação merecem muitos aplausos, pois ambas estão perfeitas. Os detalhes brilhosos e desenhos que estão na parte de dentro da capa são simplesmente incríveis! Vale a pena comprar só pela edição (risos) —  e pelo conteúdo também, claro. 
   Alucinadamente Feliz é um livro especial e cheio de aprendizado. A autora pergunta no inicio do livro se vale a pena ler: eu digo que, depois dessa enxurrada de aprendizagem e loucuras, eu sou uma pessoas alucinadamente feliz — como o guaxinim que está na capa. Um livro que eu recomendo para qualquer pessoa disposta a ler sobre coisas tristes de uma forma engraçada!


Primeiro Paragrafo: Não, não. Eu insisto que você pare agora mesmo.
Melhor Quote: ''Seja feliz na frente das pessoas que detestam você. Assim, elas saberão que não a afetaram. Além do mais, vão ficar putas da vida.''



Um Comentário

  1. No início, esse livro me atraiu pela capa diferente e pelo título. Depois descobri que falava sobre depressão de uma forma descontraída e SOUBE que precisava lê-lo. Procurei, mas estava um pouco "salgado", então na promoção da Saraiva com 50% de desconto não esqueci dele e está aqui comigo esse lindo. No entanto, eu achava que ficaria ainda mais deprimida com a leitura, não sei por que, e estou feliz em saber que não, que realmente a autora aborda esse assunto tão sério de uma forma que nos faz ver a doença com outros olhos. Vou passar na frente da fila e espero amar tanto quanto você ♥

    PS: lindas fotos!

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